quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A Máxima do Grande Carpinteiro


Steve Jobs em sua casa com o primeiro Macintosh - 1984
        Em um mercado tecnológico cada vez mais voltado para produzir em grande escala para as massas as empresas acabam deixando cada vez mais suas ideologias de lado tornando autoridade máxima o capital. Conheci então uma empresa que pensava diferente, onde o produto não era baseado em pesquisas de mercado. Onde a beleza estética se juntava ao design para significar algo a mais. Não sou ingênuo de pensar que o capital não acaba por ditar algumas ideias afinal acionistas não querem saber de filosofia. Mas foi na primeira vez que tive esse contato com seus produtos que pude ter essa experiência estética e filosófica que me fez acreditar que o dinheiro ainda não está por cima da arte.
A Busca por estar na Intersecção entre a Arte e a Tecnología

Ao observar um produto Apple observo a alma de um artista presente. Steve Jobs trouxe aos seus produtos sua paixão pela arte. Enquanto seus concorrentes acreditavam que a parte estética dos produtos pouco importava ele quebra esse paradigma apresentando o primeiro macintosh onde pela primeira vez compreendemos que na verdade o design não é apenas a camada de tinta por fora de um produto. O design e a estética são parte da função e não da forma. Eles definem como o produto funciona e diz muitas coisas sobre a empresa que o produziu, sobre seus valores e prioridades. 

A Busca da Simplicidade Estética

Levo para minha vida a simplicidade como ferramenta fundamental para criar qualquer coisa. Se possuir um produto apple perto de você, observe quão simples ele é, sem desenhos, sem riscos, um design que não grita por atenção. Como disse Constantin Brancusi, escultor Romeno “Simplicidade é complexidade resolvida”. Desde um texto, até um produto a ser desenvolvido isso pode ser aplicado. Quando algum problema é muito fácil de se entender está claro que você não compreendeu sua complexidade. 

A Máxima do Grande Carpinteiro

Ao comprar o meu primeiro computador Apple pude perceber como cada detalhe estético foi minuciosamente pensado para provocar o usuário a usá-lo de maneira correta. Muitas coisas passam despercebidas pelo consciente do usuário mas se parar para interpretar poderá compreender que cada parte, cada relevo tem sua função em seus produtos. O botão do primeiro mac por exemplo, ficava atrás do produto para evitar que desligasse o computador por acidente como o usuário não conseguia vê-lo os designers adicionaram uma área lisa a sua volta para que fosse encontrado facilmente pelo tato. 
        E nesse momento que entra a máxima do bom carpinteiro. Há um consenso na Apple que em muitos aspectos suas máquinas são mais belas na parte interna do que na externa. Muitas pessoas se perguntam, para que isso? Provavelemte o usuário nunca verá a parte de dentro do produto e inúmeros detalhes durante toda sua vida. Steve Jobs  respondeu com a frase. “Um grande carpinteiro não vai usar madeira ordinária para a parte de trás de um armário, ainda que ninguém a veja”.

A Experiência em minha vida


      Compreendo cada vez que olho para algum produto Apple essa experiência. Consigo entender a função de cada parte que o compõe. Produtos que são tão belos quanto jóias. Levo cada um desses ensinamentos para o meu dia-dia, foco, perfeccionismo nos mínimos detalhes e simplicidade. É interessante saber que em um mercado de massa há espaço para o perfeccionismo e a arte aliada a uma boa estética. Ao lançar o primeiro mac Steve realizou uma cerimônia de lançamento onde cada um que teve participação em sua composição assinou na parte interna do computador. Todas as assinaturas foram sustentadas pela seguinte frase dita por Steve. "Grandes Artistas assinam suas obras".


                                                                                                    por Giovanni Malavasi

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