quarta-feira, 19 de setembro de 2012


Encontro do Mar com o Mar


  Acredito que talvez os sentimentos que se permitem serem os mais profundos são aqueles direcionados às coisas menos notáveis, inanimadas. Um olhar sobre a imagem que humaniza aquilo que é menos humano.
  Assim uma mesma experiência pode ser simplesmente comum para alguns enquanto que para outros instiga sua sensibilidade, se tornando então, a partir deste momento, uma experiência estética.


    Instante em que um material depreciado passa a ser um material poético.

  De fato o encontro do mar com o próprio mar pode passar desapercebido, de modo que para se perceber a beleza só é possível através de dois caminhos: a partir da ingenuidade e a partir da percepção do sentimento. Ingenuidade essa que só se abriga naqueles que ainda possuem a qualidade de crédulo, aqueles que vestígios de pureza ainda residem; aqui a simplicidade prevalece. Já a percepção do sentimento não se basta apenas dela, mas exige algo além, o conhecimento do interior de si próprio, de modo que ao buscar o sagrado dentro de si o externo se materializa.

Aqui a fluidez da imagem [memória] ganha força com a liquidez da água
em que ondas de luz e de cores se completam com as próprias ondas do oceano,
oceano esse que Distancia
Distância
imagem
margem

 
                                                                                  
                                                                                                                                                                                                                                                         



Manoela Gonzaga Clemente

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