quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Vai Corinthians"


Quanta expectativa. Com o ingresso na mão, não via a hora de entrar. De repente tudo se torna novidade, até as coisas mais banais – o vendedor ambulante gritando: “cerveja gelada”, o churrasquinho de gato, o povo andando de um lado para o outro. No ar um clima de tensão, e ao mesmo tempo de enorme satisfação. A esperança falava mais alto: “Hoje nós vamos ganhar”.
Dez minutos na fila pareciam uma eternidade. Finalmente chegou a minha vez. Após a revista, seguimos em direção à catraca. Pronto, liberados. Depois de subir alguns degraus, lá estava o palco do espetáculo, a arena onde muitas batalhas são travadas, a vitrine que gera milhões, se não bilhões de reais todos os anos: O campo.
A visão era deslumbrante, como se nunca tivesse visto nada igual, nem mesmo na televisão – quanta ironia. O cheiro da grama molhada, os refletores gigantes, os fotógrafos em posição, a bateria que já estava a tocar, as milhares de pessoas conversando, rindo, se divertindo: Ah! Que lugar!
Os jogadores finalmente entram em campo. Os artistas, os guerreiros, aqueles que levam sobre si o peso de milhões. Aplausos, eles merecem. Com muito respeito, eles saúdam a torcida. Depois da cerimônia de entrada, alguns correm, aquecem, outros trocam alguns passes. A partida já vai começar. O árbitro apita: começa o jogo! Os jogadores correm, se esforçam, lutam. Mas o mais impressionante é ver aquela torcida que grita, que canta, que incentiva, que sempre joga junto. Só faltava eles entrarem em campo.
De repente, o improvável aconteceu. Gol do time adversário. Silêncio total. Como assim? Não é possível! Sim, é possível. Já estava esperando as vaias, os palavrões e as manifestações de descontentamento, mas então algo mais improvável aconteceu em seguida – a torcida voltou a cantar, a incentivar, a apoiar o time: “Vamos, vamos meu timão! Não para de lutar!”. Não é possível! Sim, é possível! Que torcida apaixonada. Agora eu entendo a frase: “Eu vivo por ti, Corinthians!”. Realmente, eles vivem. Que bando de loucos. Esse nome lhes cabe muito bem. Fiel.
Parece que essa energia toda alimenta os jogadores. Eles se sentem mais fortes, mais motivados, mais dispostos a lutar e vencer. Embora o jogo estivesse difícil, eles não desistiam, nenhuma bola estava perdida, essa é a raça que todos queremos ver. E depois de um tempo persistindo, a recompensa finalmente foi alcançada – que chute de fora da área! Que golaço! O barulho era ensurdecedor. Um grito que vinha da alma. Que alívio. Catarse. Não tem preço ver a rede balançar!
A guerra continuou por mais alguns instantes, mas a vitória não veio. Fim de jogo. Mas mesmo assim, com uma sensação de dever cumprido. A esperança fala sempre mais alto: “No próximo vamos ganhar”.


“VAI CORINTHIANS!”


Gabriel Tolloto Ribeiro

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