Quanta expectativa. Com o ingresso na mão,
não via a hora de entrar. De repente tudo se torna novidade, até as coisas
mais banais – o vendedor ambulante gritando: “cerveja gelada”, o churrasquinho
de gato, o povo andando de um lado para o outro. No ar um clima de tensão, e ao
mesmo tempo de enorme satisfação. A esperança falava mais alto: “Hoje nós vamos
ganhar”.
Dez minutos na fila pareciam uma
eternidade. Finalmente chegou a minha vez. Após a revista, seguimos em direção
à catraca. Pronto, liberados. Depois de subir alguns degraus, lá estava o palco
do espetáculo, a arena onde muitas batalhas são travadas, a vitrine que gera
milhões, se não bilhões de reais todos os anos: O campo.
A visão era deslumbrante, como se nunca
tivesse visto nada igual, nem mesmo na televisão – quanta ironia. O cheiro da
grama molhada, os refletores gigantes, os fotógrafos em posição, a bateria que
já estava a tocar, as milhares de pessoas conversando, rindo, se divertindo:
Ah! Que lugar!
Os jogadores finalmente entram em campo.
Os artistas, os guerreiros, aqueles que levam sobre si o peso de milhões.
Aplausos, eles merecem. Com muito respeito, eles saúdam a torcida. Depois da
cerimônia de entrada, alguns correm, aquecem, outros trocam alguns passes. A
partida já vai começar. O árbitro apita: começa o jogo! Os jogadores correm, se
esforçam, lutam. Mas o mais impressionante é ver aquela torcida que grita, que
canta, que incentiva, que sempre joga junto. Só faltava eles entrarem em campo.
De repente, o improvável aconteceu. Gol do
time adversário. Silêncio total. Como assim? Não é possível! Sim, é possível.
Já estava esperando as vaias, os palavrões e as manifestações de
descontentamento, mas então algo mais improvável aconteceu em seguida – a
torcida voltou a cantar, a incentivar, a apoiar o time: “Vamos, vamos meu
timão! Não para de lutar!”. Não é possível! Sim, é possível! Que torcida
apaixonada. Agora eu entendo a frase: “Eu vivo por ti, Corinthians!”.
Realmente, eles vivem. Que bando de loucos. Esse nome lhes cabe muito bem. Fiel.
Parece que essa energia toda alimenta os
jogadores. Eles se sentem mais fortes, mais motivados, mais dispostos a lutar e
vencer. Embora o jogo estivesse difícil, eles não desistiam, nenhuma bola
estava perdida, essa é a raça que todos queremos ver. E depois de um tempo
persistindo, a recompensa finalmente foi alcançada – que chute de fora da área!
Que golaço! O barulho era ensurdecedor. Um grito que vinha da alma. Que alívio.
Catarse. Não tem preço ver a rede balançar!
A guerra continuou por mais alguns
instantes, mas a vitória não veio. Fim de jogo. Mas mesmo assim, com uma
sensação de dever cumprido. A esperança fala sempre mais alto: “No próximo
vamos ganhar”.
“VAI CORINTHIANS!”
Gabriel Tolloto Ribeiro
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